Inquérito sobre tragédia na boate Kiss será entregue à Justiça na sexta
A informação foi confirmada pelo chefe de polícia do Estado
| Costa Rica em FocoO inquérito sobre a tragédia na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que matou 241 pessoas será entregue à Justiça pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul nesta sexta-feira (22). A informação foi confirmada pelo chefe de polícia do Estado, delegado Ranolfo Vieira Júnior, por volta das 17h15 desta quarta-feira (20).
Segundo o delegado, são 50 volumes com cerca de 10 mil páginas repletas de depoimentos e fotografias. Ranolfo evitou adiantar quem será indiciado, mas, segundo fontes policiais, neste primeiro momento devem ser apresentados à denúncia os sócios da boate e os dois membros da banda Gurizada Fandangueira --os quatro estão presos desde a semana do acidente. Posteriormente, a responsabilidade de autoridades municiais e bombeiros deve ser apurada.
De acordo com o chefe de polícia, trata-se do inquérito mais importante da história da polícia gaúcha. Os cinco delegados responsáveis pela investigação passaram a quarta-feira revisando as provas e finalizado a redação do relatório que será entregue à Justiça.
"Está praticamente finalizada a autuação. Temos uma frente com cinco delegados que estão confeccionando o relatório com apontamentos e conclusões, e possíveis indiciamentos", explicou Vieira Júnior. Este relatório é uma espécie de resumo de todo inquérito.
Os documentos serão entregues à Justiça às 14h de sexta, no Fórum de Santa Maria. Meia hora depois, os delegados que investigaram o caso e técnicos do IGP (Instituto Geral de Perícias) darão uma coletiva de imprensa na UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) para apresentar as conclusões.
Questionado sobre a apresentação à imprensa de vídeos e fotografias utilizados no inquérito feitos na noite da tragédia, Ranolfo disse que está analisando, "sempre cuidando para não expor as vítimas e seus familiares".
Mais de 700 pessoas foram ouvidas durante a investigação. Os laudos obtidos até agora pela polícia comprovam a morte de 234 pessoas por asfixia provocada pela inalação de uma combinação de gás cianeto, monóxido de carbono e dióxido de carbono.
Os gases letais foram liberados pela queima da espuma de poliuretano colocada no teto da boate para isolamento acústico. (Com reportagem de Flávio Ilha, em Porto Alegre)